O aquecido mercado dos automóveis esportivos aguçava a criatividade das montadoras nos idos dos anos 60. Assim como o bolso de seus acionistas quando os negócios fluíam. A história do Willys Interlagos pode-se entender como uma estratégia de marketing desde o princípio. Mas diga-se, das mais bonitas e atraentes.
“Existiam apenas 2 bons motivos para se ter um Interlagos: o charme e a guia esportiva” comenta o proprietário deste clássico amarelo. A Willys precisava estreitar seus laços com a Renault, parceira nos modelos Gordini e Dauphine. A primeira já tinha uma equipe vencedora nas pistas e a segunda, mecânica urbana e projetos que precisavam se associar a uma imagem de campeã para melhorar as vendas.
O Willys Interlagos se tornou a oportunidade. Juntas foram ousadas ao oferecer a mesma estética dos carros das pistas aos motoristas das ruas, através das versões Berlineta, Cupê e Conversível, todos derivados dos Alpine A 108 francês. A opção conversível apenas no Brasil. O nome Interlagos foi escolhido a dedo pela agência de publicidade, por ter um apelo jovem, nacional e esportivo (autódromo paulista).
“Dificilmente o Interlagos viria a ser o primeiro carro de uma família. Cabia-lhe melhor a tarefa de ser o carro de uma pessoa solteira, cujo estilo de vida lhe permitisse. Na época era chamado de “carro de playboy”.“ conta o especialista. Ok, nos dias de hoje não seria muito diferente.
O Willys Interlagos se tornou a oportunidade. Juntas foram ousadas ao oferecer a mesma estética dos carros das pistas aos motoristas das ruas, através das versões Berlineta, Cupê e Conversível, todos derivados dos Alpine A 108 francês. A opção conversível apenas no Brasil. O nome Interlagos foi escolhido a dedo pela agência de publicidade, por ter um apelo jovem, nacional e esportivo (autódromo paulista).
“Dificilmente o Interlagos viria a ser o primeiro carro de uma família. Cabia-lhe melhor a tarefa de ser o carro de uma pessoa solteira, cujo estilo de vida lhe permitisse. Na época era chamado de “carro de playboy”.“ conta o especialista. Ok, nos dias de hoje não seria muito diferente.
Por dentro e por fora - Nenhum dos modelos visava conforto ou praticidade internos. Bastante compacto, onde motoristas maiores de 1,80m sentiam dificuldades ao dirigir, já que os pilotos são em sua maioria baixinhos. “Arrancar nos sinais à frente dos outros automóveis, passar por espaços diminutos e frear prontamente faziam parte do cardápio. As dificuldades de um convívio urbano mais intenso se encontravam no conforto: acomodação para apenas 2 passageiros.” complementa.
De chassi tubular, uma solução semi-artesanal que outras marcas já usavam como Ferrari e Maserati, exemplifica algumas especificidades de sua construção. O detalhe do bocal do tanque de gasolina, bem próxima ao teto, é quase uma iguaria.
Mecânica – “A primeira partida pela manhã era fácil, assim como seu comportamento dinâmico, satisfatório para o trânsito urbano, afinal herdara a mecânica do Gordini, um carro econômico com vocação para uso na cidade nos anos 60.” comenta o proprietário. No uso constante era melhor tomar cuidado, o motor estava sujeito a quebras e superaquecimento.
Mas o proprietário deste belíssimo exemplar só veio a ter contato com o Interlagos no início dos anos 2000, quando o trânsito nas grandes cidades, como São Paulo, adquiriram características extremamente desfavoráveis ao uso. Colocando o clássico para rodar no trânsito atual, teríamos sérios inconvenientes. “Os enormes caminhões, cujas linhas dos pára-lamas se encontram muito acima do teto do carro, desenvolvem velocidades muito altas em vias expressas (quando não congestionadas), tornando o ato de guiá-lo ameaçador.” pontua o colecionador a sua preocupação.
Aprendizado – A principal contribuição do modelo foi a técnica desenvolvida em sua produção: primeiro carro nacional feito em série de plástico reforçado com fibra de vidro. A Willys foi uma escola de esportivos de pequena escala, de onde surgiram os primeiros técnicos. Solução esta que se mostrou adequada para modelos de pequena produção. Era vendido sob encomenda, o fim da linha foi em 1966 com apenas 822 unidades feitas.
Hoje é considerada uma tiragem baixa, mas há algumas décadas podia ser suficiente para abrilhantar os caminhos que percorria. “Enquanto o Interlagos marcou presença nas ruas durante os anos de 1960, eu era ainda muito pequeno e tudo que posso lembrar é que ficava absolutamente fascinado por aquele “carrinho de corrida”.“. Mas quem, independente da idade e do tempo, não ficaria?
Enviado por: Fernanda LopesFonte: Livro: Memórias Sobre Rodas - O Automóvel no Brasil na Virada da Década de 1960/70, Editora Alaúde. Agradecimentos à Automóveis do Brasil. Fotografias de Jocelino Leão para o portal Antigo Motors.
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