Gurgel chegou a ter dez modelos em linha na década de 80

A Gurgel Motores S. A. foi fundada em 1969 na cidade de Rio Claro, no interior de São Paulo, com o objetivo de fabricar carros 100% nacionais. Idealizada pelo engenheiro João Augusto Amaral Gurgel, que sofria do Mal de Alzheimer e faleceu na sexta-feira (30), sendo enterrado neste sábado (31). A montadora brasileira produziu mais de 40 mil veículos durante os 25 anos de existência – todos eles com carroceria de fibra de vidro.

Os primeiros veículos da empresa, porém, foram karts e minicarros para crianças. O primeiro modelo de carro foi o bugue Ipanema, que utilizava chassi, motor e suspensão da linha a ar da
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Volkswagem (Fusca, Kombi, Variant e Brasília, entre outros).

Em 1973, a fábrica lançou o segundo modelo, o jipe Xavante, um dos maiores sucessos da marca que chegou a ter centenas de unidades compradas pelo Exército Brasileiro. Dois anos depois, nascia o X-12, principal modelo da Gurgel, que foi fabricado até o final da década de 80, época em que a fábrica chegou a ter dez modelos em linha, entre eles, o X-15, Carajás e XEF. 

Mas a grande cartada da Gurgel, que posteriormente acabou não dando certo,
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foi o lançamento do BR-800, em 1988. Com motor de dois cilindros horizontais opostos refrigerados a água, que gerava até 32 cavalos de potência. Com incentivo federal de apenas 5% de IPI (os outros populares pagavam 25%), o modelo era vendido a US$ 7 mil e teve boa aceitação.

No início da década de 90, o então presidente Fernando Collor liberou a importação de automóveis e seu sucessor, Itamar Franco, criou o carro popular e concedeu isenção do IPI para todos os modelos com motor 1.0, inclusive os das multinacionais. Com isso, a Gurgel perdeu a competitividade e foi à falência. Em 1994, João Augusto Amaral Gurgel fechava as portas da montadora que levava seu nome e que marcou várias gerações no Brasil.

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